O setor de Comércio Exterior em 2024 foi marcado por desafios e oportunidades, além de mudanças políticas, econômicas e estruturais no cenário global e interno. Confira dados, números e tendências que moldaram o comércio exterior ao longo do ano.
Logo no primeiro trimestre, um evento dramático abalou o comércio internacional. Um navio fez a Ponte Francis Scott Key, em Baltimore, Estados Unidos, colapsar. Isso levou ao fechamento do Porto de Baltimore, gerando uma estimativa de prejuízos de US$ 15 milhões por dia e redirecionando rotas marítimas.
Os sistemas de inteligência artificial para previsão de rotas e otimização logística se tornaram cada vez mais fundamentais. Assim como o blockchain para rastreabilidade e transparência em cadeias globais. O Comércio Exterior 4.0 ganhou velocidade sem precedentes, com automatização de documentações, compliance a facilitação de processos aduaneiros.
A balança comercial brasileira também alcançou um grande superávit. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), até a primeira semana de 2024, as exportações totalizaram 318 bilhões de dólares, enquanto as importações somaram 247 bilhões de dólares, gerando um saldo positivo de 71 bilhões de dólares e uma corrente de comércio de 566 bilhões de dólares.
A sustentabilidade também se tornou uma tema cada vez mais vital. De acordo com estimativas do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), o Brasil pode faturar entre US$ 55 e US$ 395 bilhões só em exportações de produtos com selo sustentável até 2032.
Mesmo com a alta do dólar no último trimestre do ano, o fluxo cambial do Brasil foi positivo em US$ 5,859 bilhões de janeiro deste ano até o início de dezembro, segundo dados preliminares do Banco Central. Em 2023, houve entrada líquida de US$ 11,491 bilhões. O canal financeiro acumula saída líquida de US$ 61,590 bilhões, com aportes de US$ 546,352 bilhões e retiradas de US$ 607,942 bilhões.
O principal acontecimento no Comércio Exterior foi a parceria com a União Europeia. Este é o maior acordo comercial já concluído pelo Mercosul. Os dois blocos reúnem cerca de 718 milhões de pessoas e economias que, somadas, alcançam aproximadamente US$ 22 trilhões de dólares. A União Europeia é o segundo principal parceiro comercial do Brasil, com corrente de comércio de aproximadamente US$ 92 bilhões em 2023. Antes do acordo, 14% das empresas brasileiras tinham acordo preferencial. Com o acordo com a União Europeia o valor mais que dobrou, para 30%, de acordo com o MDIC.