Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais e ex-chanceler, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que a China representa hoje uma opção mais segura e vantajosa para o Brasil do que os Estados Unidos.
Amorim destacou que a relação com a China é pragmática, oferecendo mais oportunidades e menos riscos ao país. Ele lembrou que, no início do século XX, o Barão do Rio Branco redirecionou o eixo econômico do Brasil da Europa para os EUA, e que agora não se trata de uma mudança radical, mas de buscar equilíbrio.
O assessor ressaltou a capacidade chinesa de investir no exterior, algo que os EUA não conseguem igualar, tornando a China um parceiro estratégico fundamental. Além disso, a relação bilateral com o país asiático é sólida, com superávit comercial para o Brasil, enquanto o saldo com os EUA é deficitário, especialmente em serviços e propriedade intelectual.
Sobre o multilateralismo, Amorim expressou preocupação com as políticas comerciais do ex-presidente americano Donald Trump, como o aumento de tarifas, que ameaçam o sistema multilateral de comércio. Ele criticou a estratégia dos EUA de enfraquecer a Organização Mundial do Comércio (OMC) e forçar negociações bilaterais, violando o princípio da nação mais favorecida.
Quanto ao risco de recessão global, ele alertou que a instabilidade dos mercados e a preocupação na Europa são sinais preocupantes, e que os próprios EUA poderiam ser os mais afetados por uma crise econômica.
*Com informações do Comex do Brasil